Los Sara Fontan constroem o seu universo sonoro a partir de um arsenal inesperado: violino, pedais, sintetizadores, bateria, triggers, pads, cowbells e até chapas de metal. No coração da sua prática está a transformação do som acústico através de processos analógicos e digitais. Para Sara Fontan e Edi Pou, a criação nasce da improvisação, da aceitação do erro como força geradora e do corpo físico—os seus gestos e extensões—como matéria-prima.
A sua música recusa ficar imóvel. Inspirando-se tanto na tradição clássica como no hardcore punk, no noise, no IDM e na experimentação eletroacústica, moldam uma linguagem própria—forjada em constante diálogo com, e resistência a, estruturas musicais convencionais. Cada música, cada espetáculo, abre uma pergunta: O que é uma composição? O que pode ser uma performance? Como existir como artista fora de uma indústria movida pela competição e pela conformidade?
A resposta, para Los Sara Fontan, está na performance ao vivo. Em palco são viscerais, indomáveis e profundamente atentos ao contexto—punk no espírito, inquietos na forma. O público é convidado não apenas a escutar, mas a imaginar, a habitar o som como um território instável e infinito.
Sara parte do violino e do teclado, dobrando-os e reconfigurando-os em vastas paisagens sonoras através de alquimia eletroacústica. Ao seu lado, Edi (também metade do lendário duo underground ZA!) reinventa a percussão como melodia, expandindo dinâmicas do quase impercetível ao monumental. Juntos, criam atuações impossíveis de fixar: físicas, apaixonadas e em perpétua transformação.