Quem passa por Alcobaça não passa sem lá voltar. A não ser que já se seja de lá, e que se saiba que para além da adoração à arte da doçaria conventual, também vai perdurando a veneração por outra arte menos antiga, a de fazer rock n’ roll. Terá sido mais ou menos assim com Mr. Gallini, nascido em Pisões, e a quem os pais deram o nome Bruno Monteiro. Começou nesta vida rock enquanto baterista de outros irmãos da mesma região, os Stone Dead, com os quais já percorreu palcos por todo o Portugal. Sem esquecer a casa-mãe, mas procurando também encontrar o seu próprio espaço enquanto artista a solo.
Com três discos editados, Gallini tem explorados os caminhos da pop seguindo um método sempre rock (refrões, juventude, electricidade), mas deixando espaço para que outras ferramentas mais electrónicas (teclados, theremins e vocoders) possam também respirar, num corpo de trabalho que bebe tanto à brit-pop dos anos 90, como à space era dos anos 50, mas que soa vivaço e atual, sem cair nos pantanosos terrenos da mera nostalgia.