Rádio Intermitente das Fontaínhas

"DISCOrDANCE" transforma o palco num espaço de colisão entre o orgânico e o digital. Propõe uma arqueologia sonora do contemporâneo. Através de uma bateria que funciona como interface do caos, onde triggers disparam samples de ambiência urbana e sintetizadores fluem em tuneis sonoros – uma voz é desconstruída por efeitos e loops, despojada da sua função narrativa, para se tornar mais uma textura em constante mutação. O resultado é uma improvisação livre que não evoca, mas sim é, o caos e a sobrecarga sensorial da vida metropolitana. A sua performance é uma imersão no ruído e no ritmo fragmentado do ambiente urbano e materializa a paisagem sonora da cidade como uma massa de informação em colapso. Um ritual onde o choque das ondas sonoras se torna o canal para a energia anárquica do urbano, interrompendo a expectativa de uma escuta passiva e convocando uma experiência visceral e turbulenta. Não se trata de compor música, mas de orquestrar a disrupção: desafiando o público a uma escuta ativa da desordem que nos constitui.

Neste programa, Bruno Silva e Elisa Vieira escolhem uma música de cada década, algumas bem conhecidas, outras esquecidas ou à espera de serem redescobertas, mas sempre com histórias e justificações que garantem que, como o título indica, que estas pessoas não se calam. Uma conversa contínua sobre gostos, curiosidades, coincidências e paralelismos improváveis, alguns até servem para justificar (ou não) a ideia que o Bruno e Elisa têm de que foram feitos um para o outro.Não há competição nem vencedores: apenas duas pessoas a partilhar a sua paixão pela música e a sensação reconfortante de acreditar que escolheram melhor do que o outro.

O Coletivo Epifania é uma plataforma de criação, comunicação e ação social fundada no Porto, formada por artistas, comunicadores e produtores culturais afro-diaspóricos. Desde 2020, desenvolve projetos colaborativos que atravessam linguagens - através de conversas, residências, ciclos formativos e ações no espaço público -, que ampliem o debate sobre pertença e comunidade no contexto contemporâneo.

Zamaan (do árabe زمان “tempo” ou “era”)  é uma plataforma coletiva e artística, originada em Portugal e com raízes na Palestina, dedicada a amplificar artistas multidisciplinares árabes, BIPOC, queer e migrantes da região SWANA, da diáspora e além. Criado pela DJ, curadora e ativista Saya Mohamed, o projeto apresentou artistas e DJs em espaços de programação cultural na Galiza, Porto e Lisboa.Na Rádio Intermitente das Fontaínhas, apresenta Zamaan Soundscapes, quatro emissões que exploram paisagens sonoras, colagens de som com gravações de campo, live sets e intervenções de spoken word, entre narrativas ficcionais, vivências pessoais e ativismo, com leituras em árabe, inglês e português.

Estamos a passar por uma temporada da humanidade que nos causa tristeza quase diariamente, porque não criar mais oportunidades para senti-la em conjunto?

A AEFBAUP representa e apoia a comunidade estudantil, promovendo o diálogo, a participação e a defesa do ensino artístico público, inclusivo e de qualidade. Acredita numa faculdade que é espaço de criação, pensamento crítico e transformação social, onde cada estudante tem voz e condições para desenvolver o seu potencial. Fiel à sua história de luta e construção coletiva, a AEFBAUP continua a afirmar-se como um agente ativo na defesa da educação, da cultura e da liberdade no Porto.Faina Infinita é uma emissão que escuta o trabalho através da voz. Carmen Rosera reúne fragmentos sonoros colhidos em ensaios de grupos folclóricos, em escolas de música e universidades seniores, e entrevistas com mulheres de diferentes origens e ofícios. Entre as vozes surge um canto de ganho, um grito desafinado, cheio de dor e de força, herdeiro das guincheiras, essas vozes agudas que atravessavam os campos e marcavam o ritmo do trabalho. Trabalhar cantando era, então, o que hoje é trabalhar ouvindo música: uma forma de resistência, de concentração e de comunhão. A emissão entrelaça arquivos do NEFUP, registos de Michel Giacometti e sons que pertencem tanto à terra como ao vento. Essas vozes humanas, naturais e animais revelam uma linguagem universal, onde o canto se confunde com o próprio respirar do mundo. Nos arquivos de Giacometti, as mulheres cantam e trabalham; aqui, as suas vozes voltam a ressoar, como quem insiste em existir.

O Coletivo Epifania é uma plataforma de criação, comunicação e ação social fundada no Porto, formada por artistas, comunicadores e produtores culturais afro-diaspóricos. Desde 2020, desenvolve projetos colaborativos que atravessam linguagens - através de conversas, residências, ciclos formativos e ações no espaço público -, que ampliem o debate sobre pertença e comunidade no contexto contemporâneo.Na primeira emissão, a migração e mercado artístico em foco, com Vinicius Armistrong, Alan Sencades (Circense, pintor e ilustrador), Runnan Dj e Guilhermina (Designer e Ilustradora).